Eu não podia, e você não merecia. Eu devia estar muito fora de mim para ter a audácia de implorar o seu colo, seu conselho e seu carinho depois de ter duvidado de todas os perigos que você me alertou, depois de todas as ligações que eu não atendi, de todas as visitas que eu não recebi. É que eu precisava de você, meu amigo. Você era o único que ia desvendar essa coragem camuflada e no seu silêncio ia me dizer todas as coisas que eu precisava ouvir; sem cobranças, sem lições. Eu sabia que você me daria um único abraço e acalmaria todas essas angústias que insistem em existir. Tinha certeza do quão egoísta estaria sendo ao bater na sua porta, mais eu não podia mais aguentar sozinha.
Tem tanto amor guardado aí dentro, tem mais espaço pra mim do que eu mereço. Você chorou as minhas lágrimas, sorriu o meu sorriso e me amou. Você me olhou com sinceridade e se apaixonou por aquilo que eu era, e não pelo o que eu podia te oferecer... E eu não enxerguei. Meu cúmplice e melhor amigo sempre me olhou com olhos de paixão, de vontade de estar junto, perto e feliz, tampouco eu vi. Te ofereci não mais que os meus problemas, os meus lamentos e relacionamentos desgastantes e por todas essas vezes você esteve ao meu lado, me dando sua mão e suas palavras confortantes. Você foi a única pessoa que nunca me abandonou, mesmo sofrendo calado. Eu fui a única pessoa que foi capaz de te mandar embora por causa de alguém que não valia a pena.
Sabe, eu te entendo. Te entendo se quiser me mandar ir embora, te entendo se quiser que eu desapareça pra sempre. Te entendo agora, como nunca um dia entendi. Talvez seja tarde, mais ainda assim, consigo aliviar um pouco dessa culpa que me consome todos os dias. Eu sinto sua falta. Não sinto só a falta do meu psicólogo e massagista. Sinto a falta do meu amigo, do meu pequeno grande homem, sinto falta do nosso porta retrato enfeitando o meu quarto... Quando todas as pessoas pareciam não entender, eu sabia que ainda tinha você. E sabe o que mais sinto? Eu sinto arrependimento. Não que isso signifique alguma coisa agora, mais o peso na consciência e a saudade que mata é pouco pra mim. É nada, perto do medo de lembrar que eu nunca mais posso ter você. É só que, o seu cafuné e o café da sua mãe fariam bem agora. Não é justo pensar, nem lembrar, nem querer. E no entanto, é tudo o que eu quero.
Tanto tempo já passou e eu nem sei mais da sua vida. Queria saber como andam os planos, os sonhos... Queria poder te dar os conselhos errados e brigar com você por nunca seguí-los. Agora, diante da sua porta, eu não espero por nada. Só olhar nos seus olhos de novo, vai me fazer sentir melhor. Pode gritar e me mandar sair... Qualquer coisa, qualquer tratamento. Bati três vezes na porta, ainda com o meu rabisco desenhado e fechei os olhos. O leve escancarar da porta me fez abrí-los e de pronto, deixar uma lágrima escapar. Sem que eu disesse uma palavra, você foi, mais uma vez, a melhor pessoa do mundo: "Entra, entra e senta aí. Vou pegar o seu café e já venho pra te ouvir falar. Ah, e pra secar essas lágrimas também... Sua boba, meu colo sempre vai ser seu travesseiro e meu abraço está aqui esperando por você".
"Porque você sabe o que eu gosto
E porque quando você me abraça
O mundo gira devagar"
E porque quando você me abraça
O mundo gira devagar"
Quanta perfeição....
ResponderExcluirAmei o final, o que ele falou pra ela foi muito lindo.
"Sua boba, meu colo sempre vai ser seu travesseiro e meu abraço está aqui esperando por você".
perfeito!!
bjos
Flavinha!!!
ResponderExcluirQue texto maravilhoso!!
Nossa é agonizante querer saber da vida de alguém que não está do nosso lado, mas dentro do nosso coração!!!
Adoreiiiiiiiiiiiii
Beijos
Ahh Flavia, parabéns, tá tão lindo, que eu pude imaginar alguém lendo para mim, se essa pessoa foi você não sei OSKDOSK, mas mesmo, seus sentimentos transbordam pelas palavras, parabéns amr, beijos!
ResponderExcluirQue perfeito, quanto sentimento, intenso.
ResponderExcluirBeijos
O poder de uma amizade, de um abraço, e, de uma xícara de café... dessas coisas pouco se explica, talvez, nada se entende... apenas, sente-se...
ResponderExcluirBelo texto, Flávia!
Abraço!
As vezes queremos rascunhar a vida, mais não temos q dar valor as minímas coisas, aos detalhes que fazem a diferença em nossas vidas!
ResponderExcluirBjos Flávia, sempre palavras com sentimentos!
Depois de ler, eu sorri, como poucas vezes eu faço. E o arrepio mais uma vez veio dos pes a cabeça.
ResponderExcluirEsse tipow de amizade é pro resto da vida. O pra sempre nesse caso existe.
Não vou lhe dar merda de parabéns algum....isso pra vc já é mais do que fato.
ResponderExcluirSó vou lhe intimar ao seguinte:
NUNCA PARE DE ESCREVER, OU, CERTAMENTE IRÁS ME ENTRISTECER. Não há nada mais gratificante do que uma árdua semana de trabalho onde pessoas cvivem com cara de café amargo, poder chegar aqui e me deliciar e me encantar ainda mais com vc...vc que é a minha irmã....sem nenhuma compatibilidade sanguínea, mas com um entendimento mútuo!
Incontáveis abraços e 109 beijos em seu coração! =)
sei lá, de repente me deu uma vontade tão grande de chorar. Mas de felicidade, sabe? por lembrar que eu tenho uma pessoa assim comigo. que, por mais que eu não corresponda os sentimentos, está ali do meu lado pra qualquer coisa.
ResponderExcluirah, torci tanto pra que essa situação do texto tenha acontecido de verdade *-*
parabéns, de novo, de novo, de novo rs :*
Eu me vi em cada linha, parabéns de verdade!
ResponderExcluirFlávia... ler vc é um puro fascinio!
ResponderExcluirBeijos...
AL