domingo, 14 de abril de 2013

Raiz, Raissa.


E como uma flor é arrancada da terra só para fazer um afago nos dedos, você foi arrancada desse mundo para enfeitar o outro lado com a sua beleza essencial. A maioria de nós passa a vida com medo da morte: nós não sabemos muito de nenhuma das duas para arriscar palpites a respeito do destino que levamos. Sabemos o superficial e isso nunca nos será suficiente para entender a brevidade da nossa estada aqui. Mas você... Você era de uma coragem indomável. Vivia com um sorriso colado ao rosto e jamais deixava alguma impressão duvidosa sobre si mesma: era alguém que se permitia sentir e por isso, inocentemente, transbordava felicidade aos olhos de quem te observava, mesmo que de longe. Eu te conheci semente, tentando buscar um lugar pra crescer - e ser - em meio a tantas possibilidades; e entre todas as formas de ser, você definitivamente escolheu ser a mais bonita: aquela flor que naturalmente era escolhida pelo simples fato de não se parecer com nenhuma outra. A tua partida deixou esse jardim incapaz de ser perfeito outra vez: a tua falta será sentida, o teu nome será perguntado, o seu perfume será lembrado. A certeza que caminha ao lado daqueles que pouco a pouco, te regaram durante a sua breve vida, é de que as raízes sempre ficam. Você se fincou neste plano como uma semente muito rara que hoje se transformou em raiz impenetrável. Com sabedoria, você se eternizou. E vamos cultivar. Raiz, Raissa... o amor que você semeou, a alegria que você deixou, as vidas que você mudou. Te amamos.

2 comentários:

  1. Lindíssimo! Cada palavra tua me fez derramar uma lágrima, a gente sempre entende a dor do outro, quando a gente também já perdeu alguém assim!
    Beeeijoos

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