quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Depois de muitos carnavais.

Por trás de cada máscara que encobriu nossas expressões ensaiadas durantes esses tantos carnavais, existiam olhos, narizes e bocas que queriam olhar dentro, sentir em um toque, cheirar mais de perto. Por trás de cada ponto brilhante de purpurina que nos deixava um pouco mais vivos, existia uma lágrima pronta pra cair, existia o profundo desejo de se libertar das mentiras, das fantasias, das ilusões e pendências que nos mantiveram distantes e sem perspectivas. Janeiro, dezembro... Passou, eu nem vi. Verão, outono, inverno, primavera e de novo o verão. Sol intenso sem você e sua pele fria pra trazer a brisa fresca. Quanta coisa aconteceu, quantas cores surgiram na avenida dos nossos sonhos... Quantos enredos o nosso enredo trouxe consigo, e ao final do espetáculo, as máscaras estão ao chão. O que sobrou foi o que sempre sobra: verdades ditas ao vento, depois de uma ou duas doses de vodka barata... Sensações e risos que nunca foram sentidos, nem dados. Amarguras esmagadas e pensamentos em polvorosa, de novo, tentando encontrar sentido pra uma história que depois de muitos parágrafos interminados, não teve um final feliz.
Inconsequentemente ainda busco um sinal. Procuro ainda na mente inquieta, uma ponta de desejo de viver daquele amor. Uma coisa pequena, uma chama quase invisível dentro do peito, um acorde baixo e que mesmo em desarmonia traga de volta toda a coreografia apaixonada do meu coração. Não sei de onde vem tamanha fé, nem onde essa certeza encontra forças pra ser viva dentro de mim. Ainda guardo o peso das palavras que já foram ditas e que nunca foram cumpridas; ainda sinto como se cada sussurro de "sempre" que saiu da sua boca trouxesse uma esperança de dias mais inteiros, decorados com o arco-íris de felicidade que insiste em aparecer quando meus olhos encontram os seus.


Peço desculpas pela ausência, mais aqui estou novamente.
Obrigada pelo carinho constante!

12 comentários:

  1. Florzinha!!!

    que lindo texto, como sempre arrasaaaa!!

    adoro seu cantinho!!

    me encanta!!!

    beijosssssssss

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  2. Depois de tantos carnavais, seja bem vinda de volta... E sobre o texto, digo que sem máscaras, as pessoas são muito melhores... todas elas...

    Abraço!

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  3. "Tentando encontrar sentido pra uma história que depois de muitos parágrafos interminados, não teve um final feliz."

    "Não sei de onde vem tamanha fé, nem onde essa certeza encontra forças pra ser viva dentro de mim. Ainda guardo o peso das palavras que já foram ditas e que nunca foram cumpridas; ainda sinto como se cada sussurro de "sempre" que saiu da sua boca trouxesse uma esperança de dias mais inteiros, decorados com o arco-íris de felicidade que insiste em aparecer quando meus olhos encontram os seus."



    Menina linda! vc é perfeita sabia?!
    Seus textos sao incriveis!
    sempre sempre sempre me identifico tanto

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  4. "Ainda guardo o peso das palavras que já foram ditas e que nunca foram cumpridas.."

    Que você consiga carregar esse peso! :)

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  5. lindo, mais uma vez *-*
    sua ausência é perdoada porque seus textos superam qualquer coisa rs :)

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  6. Incrível. Descreveu tanta coisa que se passa dentro de mim. A mesma esperança tola de que surja um final feliz no fim da peça. Esperando pelo dia que vão dizer que tudo não passou de uma brincadeira boba e voltará a ser como antes. Como eu queria que tudo voltasse ao normal, mas não dá.

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  7. Ah Flávia, sempre, sempre, sempre com seus textos inspiradores, que me fazem suspirar e querer poder escrever como você um dia. Acredite, você é uma das minhas maiores inspirações! Amo seus textos, suas metáforas, adoro seu jeito de escrever. Parabéns :)

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  8. dias mais inteiros, decorados com o arco-íris de felicidade que insiste em aparecer quando meus olhos encontram os seus.

    Que frase linda flor e que sensibilidade, parabéns!

    Bjocas amiga e uma boa semana pra vc!

    xerim no coração!

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  9. Flávia, vim pelo blog da Ju.
    Adorei teus textos, viu?

    E que venham muitos carnavais, mesmo que restem deles algumas desilusões.
    Desiludir-se é se desprender da ilisão que é a mentira escondida da forma mais vil.
    Desiluda-se. E volte a sonhar.

    Beijo

    =)

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  10. "Por trás de cada ponto brilhante de purpurina que nos deixava um pouco mais vivos, existia uma lágrima pronta pra cair, existia o profundo desejo de se libertar das mentiras, das fantasias, das ilusões e pendências que nos mantiveram distantes e sem perspectivas. " [2]
    ai cara... parece até eu falando...

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